quinta-feira, 17 de maio de 2012

Entrevista - Cesar Alcázar


Nosso novo entrevistado é o Escritor Cesar Alcázar, Autor do recém lançado "Bazar Pulp" e Editor da Argonautas Editora.

O Escritor:

Quando começou a escrever?
Sempre gostei de inventar histórias, de criar. Minha imaginação trabalha em ritmo acelerado. Entretanto, demorei um pouco para escrever ficção. No início dos anos 2000, comecei a escrever resenhas de filmes, que deram origem ao meu livro “Cemitério perdido dos Filmes B” anos mais tarde. A escrita de ficção veio apenas em meados de 2008.

Por que escreve?
Para expulsar de minha cabeça os personagens e histórias que ficam me atormentando enquanto eu não os coloco no papel.

O que gostaria de alcançar com a sua Literatura?
Liberdade.

Qual a sua maior inspiração?
Meus próprios conflitos. Todos os protagonistas que crio refletem de alguma forma os meus problemas pessoais.

O que mais atrapalha?
A correria do dia a dia. As distrações provocadas pelas maravilhas encontradas na internet (sou um pesquisador obsessivo, muitas vezes acabo perdido com minha sede de informação)...

Qual seria o cenário perfeito para trabalhar na sua Literatura?
Um cenário que eu ainda não encontrei (risos). Na verdade, eu posso escrever onde quer que eu esteja. Tenho sempre papel e caneta à mão para o momento em que alguma ideia aparecer. Depois, desenvolvo tudo no computador. O ambiente não influencia, pode ter barulho, música... No momento em que sento diante do computador, entro no meu mundo particular.



O Leitor:

Qual o primeiro livro que leu e marcou a memória?
Uma edição condensada de Moby Dick, que tinha ilustrações baseadas na versão cinematográfica com Gregory Peck (isso eu só descobri mais tarde). Pertencia ao meu irmão mais velho. Eu deveria estar na primeira série e aprendido a ler há pouco tempo quando li esse livreto.

Qual a obra mais marcante?
Difícil dizer. Muitos livros me marcaram e não há como medir esse impacto. Posso citar alguns títulos que causaram forte impressão durante os meus anos de formação como leitor: “A última tentação de Cristo”, de Nikos Kazantzakis, “Memórias do cárcere”, de Graciliano Ramos, “Noite”, de Erico Veríssimo, “Os sete pilares da sabedoria” de T. E. Lawrence...

Não vendo. Não troco. Não empresto.
Duas histórias em quadrinhos: minhas edições italianas de Corto Maltese na Sibéria (Corte sconta detta Arcana) e A casa dourada de Samarcanda (La Casa Dorata di Samarcanda), obras primas do mestre Hugo Pratt.

Qual o gênero e estilo literário favoritos para leitura?
A Fantasia e o Horror são os gêneros que mais caem em minhas mãos.

Onde, quando e como faz suas leituras?
Leio geralmente à noite, quando estou mais descansado em casa. Ainda não aderi aos livros digitais, prefiro os impressos. Mas adquirir um kindle está nos planos do futuro.

O que muito gostaria de ler, mas ainda não encontrou oportunidade?
Eu gostaria de ler vários paperbacks lançados nos EUA durante a década de 1970 e que nunca tiveram reedições. Adoro esses livros de bolso antigos. Tenho vários. Mas alguns são bem raros.



O Autor:

Faça uma breve apresentação de sua obra mais recente.
“Bazar Pulp – Histórias de Fantasia, Aventura e Horror” é meu primeiro livro solo. Ele compila noveletas e contos escritos entre Dezembro de 2009 e Novembro de 2011.

Quais foram as inspirações para essa obra?
A principal inspiração foi a literatura pulp dos anos 20 e 30. Sou um grande admirador de autores como Robert E. Howard, Sax Rohmer, H. P. Lovecraft, Edgar Rice Burroughs... 

Enumere todos os livros que escreveu, inclusive em co-autorias, e descreva brevemente o significado de cada obra para você:

Trabalhos de não ficção (como César Almeida):

68 - História e Cinema: minha primeira publicação de qualquer tipo. Artigo sobre o filme “A noite dos mortos vivos” escrito em parceria com o historiador Paulo Guadagnin.

Tio Sam vai à guerra - Os conflitos bélicos dos Estados Unidos através do Cinema: artigo sobre o filme “Rastros de ódio” escrito em parceria com o historiador Rafael Quinsani.

Vida é Jogo! - Ensaios de História, Cinema e Esporte: artigo sobre o filme “Rollerball”.

Cemitério perdido dos Filmes B: meu primeiro livro solo. 120 resenhas de clássicos do Cinema B.

Ficção (como César Almeida):

Dias contados - Contos sobre o fim do mundo: primeira obra de ficção publicada. 

Draculea - o livro secreto dos vampiros: Antologia organizada por Ademir Pascale. Primeira aparição do Capitão Blackburn, que retorna em Bazar Pulp.

Ficção (como Cesar Alcázar)

No Mundo dos Cavaleiros e Dragões: Antologia de Fantasia organizada por Ademir Pascale.

Sagas Vol. 1 Espada e Magia: primeira publicação da Argonautas Editora. Esse é um livro muito especial para mim. Contém a primeira aparição do guerreiro irlandês Anrath, o Cão Negro de Clontarf.

Mal Bate À Sua Porta: antologia digital organizada por Christian David com histórias de terror voltadas ao público juvenil.

Histórias Fantásticas Volume 2: antologia organizada por Georgette Silen.

Estranhas Invenções: Antologia de Ficção Científica organizada por Ademir Pascale.

Bazar Pulp - Histórias de Fantasia, Aventura e Horror: esse é meu primeiro livro solo de Ficção.

Fale sobre o seu personagem favorito e o que há nele para ser o dileto?
Dos meus personagens com histórias publicadas, meu preferido é Anrath, o “Cão Negro”. Anrath surgiu em 2009 após a leitura do Ciclo Celta de Robert E. Howard (The Grey God Passes e The Dark Man, entre outras) e do conto O Espelho e a Máscara, de Jorge Luis Borges. A história e o folclore da Irlanda me fascinavam há muito tempo. Então resolvi criar o meu próprio herói guerreiro da Erin medieval.
O ponto de partida foi a notória Batalha de Clontarf, ocorrida no ano de 1014. Um lendário combate entre vikings e gaélicos pela supremacia da Irlanda. No entanto, Anrath não estava ao lado dos vitoriosos irlandeses comandados por Brian Boru. Raptado ainda criança por saqueadores nórdicos, ele lutou em Clontarf ao lado dos vikings, tornando-se um homem odiado e temido.
Após romper com o bando da qual fazia parte, Anrath percorre a Irlanda como mercenário, sempre perseguido pelo passado. Suas aventuras são recheadas de fantasia bem ao estilo de Howard. Mas, mais do que isso, elas focam os conflitos de um homem preso a uma vida de violência da qual não consegue escapar. Anrath tem um pouco dos samurais de Akira Kurosawa: solitário e melancólico, ele nem sempre está do lado dos vencedores. Um herói mais humano do que o habitual na Fantasia.
Depois da estreia em Sagas Vol. 1, Anrath retorna em mais duas histórias no livro Bazar Pulp.

No que gostaria de transformar Bazar Pulp?
Acho que alguns dos contos de Bazar Pulp renderiam boas histórias em quadrinhos. O estilo pulp dialoga muito bem com a estética dos comics.

Quais os seus contatos e onde poderíamos adquirir as suas obras?
Meu email pessoal é sartanawest@ig.com.br. Sagas Vol. 1 e Bazar Pulp podem ser adquiridos no site da Argonautas www.argonautaseditora.com, ou na Livraria Cultura.

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