sexta-feira, 4 de maio de 2012

Entrevista - Estevan Lutz

O Escritor:

Quando começou a escrever?
Comecei a gostar de escrever quando ainda estava no ensino médio. A escola técnica em que estudava, incentivava muito os alunos a se dedicarem às artes paralelas ao ensino técnico, promovendo concursos literários, musicais, entre outros. Quando ainda cursava o primeiro ano do curso, inscrevi uma crônica no concurso de contos, crônicas e poesias, e acabei tirando a primeiro lugar na categoria. Depois disso, fiquei muito tempo idealizando histórias para serem publicadas. Até comecei a escrever dois romances relacionados à ficção científica mas, à medida que as ideias foram amadurecendo, percebi que o conteúdo deixava a desejar, e deixei-os de lado. Mais tarde, idealizei algo mais distinto, e aí surgiu “O Voo de Icarus”.

Por que escreve?
A cabeça de um escritor é submersa em imagens, ideias e alternativas. Seria uma necessidade de fazer com que tudo isso não se perdesse em algum arquivo empoeirado de nossa mente. Quando você coloca no papel, sente um efeito terapêutico. É saciável! O sonho de todo o escritor é poder viver somente deste ofício, entretanto, num mercado editorial acirrado aliado ao baixo consumo de literatura da população brasileira, a literatura é, para muitos escritores, um hobby.

O que gostaria de alcançar com a sua Literatura?
Gostaria de ver meus livros traduzidos para outros idiomas e sendo comercializados em outros países. Seria gratificante.

Qual tema ou assunto que gostaria muito de abordar, mas ainda não sente a necessidade de fazê-lo agora?
Pretendo escrever um épico galáctico ao estilo da trilogia “Fundação” de Isaac Asimov. Será um projeto em longo prazo.

O que o motiva?
O feedback dos leitores que apreciam o meu trabalho.

Qual a sua maior inspiração?
Paisagens, cenários surreais, trilhas sonoras grandiosas e a sensação de mistério. A frase de abertura de “O Voo de Icarus” é de Albert Einstein: “O sentimento mais jubiloso que podemos experimentar é o de mistério. Constitui ele a emoção fundamental que se faz presente no berço da verdadeira ciência. Aquele que não o conhece, que não é capaz de se maravilhar, de sentir admiração, está praticamente morto.”

O que mais atrapalha?
A obsessão por melhorar o texto, quando não há mais necessidade disso. Minha autocrítica é grande.

Qual seria o cenário perfeito para trabalhar na sua Literatura?
A noite é ideal, acompanhada do silêncio. É ideal para por as ideias em prática.



O Leitor:

Qual o primeiro livro que leu e marcou a memória?
“A Cidade e as Estrelas” de Arhur C. Clarke. Nesta obra, temos a explanação máxima da terceira lei de Clarke: “qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia”.

Qual a obra mais marcante?
Não foi um romance, mas, sim, uma obra científica, “O Mundo Assombrado pelos Demônios”, de Carl Sagan.

Não vendo. Não troco. Não empresto.
O livro citado acima.

Qual o gênero e estilo literário favoritos para leitura?
Ficção científica, estilo cyberpunk, e space opera.

Onde, quando e como faz suas leituras?
Indo e vindo do trabalho e à noite.

O que muito gostaria de ler, mas ainda não encontrou oportunidade?
A coleção completa de “Duna”, de Frank Herbert.

Qual livro recomendaria?
“O Voo de Icarus”, rsss...


O Autor:

Faça uma breve apresentação de sua obra mais recente.
Meu objetivo, em “O Voo de Icarus”, era conceber uma história de muita introspecção, onde o narrador personagem ponderasse questões filosóficas que iam do comportamento humano até a hipotética estrutura do universo, trilhando um caminho de incertezas e guiado pelo mistério. Na história temos Icarus, o personagem principal, que demonstra muito fascínio pelos mistérios da ciência e, como contraponto, temos outros personagens cujos pensamentos são orientados pelas Navalhas de Occam (princípio que afirma que a explicação mais simples de um fenômeno é a que deve prevalecer). De ambos os lados, surgem muitos argumentos e, em muitas partes, o leitor poderá se perguntar: mas o que realmente está acontecendo aí? Icarus vive numa claustrofóbica sociedade futurista, onde a maior parte da população preocupa-se exclusivamente com o mundo virtual, o que traz sequelas psicológicas graves, como a dificuldade de encarar a sociedade tida como “real” (isso já ocorre atualmente). Depois de o protagonista superar a primeira fase de seu problema, ele começa a questionar, então, o “mundo real”. Quais os critérios que determinam a “realidade”? Eis a jornada do centro do universo ao centro da inconsciência humana!
 
Quais foram as inspirações para essa obra?
“Admirável Mundo Novo” e “As Portas da Percepção”, ambos de Aldous Huxley.

Qual foi a parte mais legal de escrever?
O capítulo no qual o protagonista tem sua primeira consulta com o psiquiatra, doutor Voga.

Qual a parte mais trabalhosa?
Os capítulos finais, onde parte do mistério começa a se revelar.

Enumere todos os livros que escreveu, inclusive em co-autorias, na ordem do mais recente ao mais antigo, e descreva brevemente o significado de cada obra para você.

Romance:
- O Voo de Icarus – Até onde nossa mente pode nos levar? Romance de estréia.

Antologias (co-autor)
- A Batalha dos Deuses. Escrevi sobre o mitraismo, antiga religião da qual o cristianismo extraiu muitos conceitos para a definição da religião cristã.
- Time Out – Os Viajantes do Tempo. Minha história foi uma viagem pelo mundo especulativo da física. Considero este como o melhor conto que escrevi.
- O Mal Bate à Sua Porta. Um ebook voltado ao público juvenil no qual participei com uma história de final onírico.
- Invasão. Participei com um conto sombrio que envolve a nanotecnologia.
- Draculea – O Livros Secreto dos Vampiros. Minha primeira publicação está neste livro. Foi o conto pelo qual recebi mais elogios.

Destas obras que citou, qual a mais curtiu?
Meu trabalho solo, “O Voo de Icarus”.

Qual foi mais trabalhosa?
Idem à anterior.

Qual superou as suas expectativas?
O conto “O Missionário”, que fez parte da antologia “Draculea”.

Qual reescreveria ou daria continuidade?
Planejo uma continuidade para “O Voo de Icarus”, só que também em longo prazo.

Fale sobre o seu personagem favorito e o que há nele para ser o dileto?
Meu favorito é o protagonista, Icarus, de meu romance sci fi. Ele teve uma evolução “espiritual” ao longo da trama, baseada no desprendimento em relação ao materialismo.

No que gostaria de transformar “O Voo de Icarus”?
Creio que daria um bom filme, cheio de flashbacks e imagens surreais se mesclando num efeito zen.

Quais os seus contatos e onde poderíamos adquirir as suas obras?

O Voo de Icarus está na maioria das livrarias do Brasil. Se alguém se interessar por um exemplar autografado com preço promocional, pode entrar em contato comigo por um dos meios acima.

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